segunda-feira, 16 de junho de 2008

Planejando uma Família - Fê Lohn

Quando eu era criança até brincava com bonecas, mamãe e filhinha, mas quando olho para trás e recordo sinto-me mais satisfeita e com os lábios sorrindo de bobos ao lembrar as brincadeiras de polícia e ladrão. Quando chegou a adolescência conseguia me imaginar sem filhos em prol da carreira. Lembro-me de dizer que filhos eu teria só se fosse dali a muuuuuito tempo. Tanto que fiz meu segundo grau na Escola Técnica Federal de Santa Catarina e cursei Eletrotécnica, sendo a maioria das aulas em laboratórios onde grande parte do tempo era eu a única menina do grupo de rapazes experimentando algo novo, como ver se funciona o motor que montamos ou projetar e realizar pesquisas para aperfeiçoamento de subestações de energia elétrica. Formei-me e até pensei em seguir carreira pelos campos magnéticos, entretanto notei que criar a minha família era necessário para o meu desenvolvimento, para eu me sentir mais feliz.

Dentro deste assunto, encontrei um estudo sobre Ritual de Casamento e Planejamento do Primeiro Filho, artigo de Psicologia muito interessante que diz num trecho:

“a existência de um ritual simbolizando
a escolha do(a) companheiro(a) pode fortalecer os
laços emocionais do casal, o que confirma a literatura
da área quanto à importância dos rituais familiares em
geral (Bossard & Boll, 1950; Fiese, 1992; Fiese e cols.,
2002; Gottman, 1994; Reiss, 1989; Seynour e cols.,
1989; Sprunger e cols., 1985; Steinglass e cols., 1987)
e dos rituais de casamento em particular (Kitahara,
1974). Esse fortalecimento facilita a construção de
planos comuns, incluindo a formação de uma nova
família; e é justamente o planejamento da primeira
gravidez que demarca o início desta construção
conjunta.”

Fonte: http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n1/v11n1a07.pdf

Conheci meu marido aos 18 anos através do saudoso mIRC e quando nos conhecemos já havia completado 19 anos e desde então estamos juntos. Nessa época eu não pensava em ter filhos, mas sei que lá no fundo, mas bem lá no fundo, havia uma vozinha falando para me preparar que isso, mais cedo ou mais tarde, iria acontecer.

Segui o meu norte, formei-me em Direito e depois de oito anos casada parei para pensar e notei que se a gente esperar a tal estabilidade em todos os aspectos da vida não vai ter filho nunca. Não adianta achar que um dia estaremos prontos. Até hoje não me sinto!!! :)

Acredito também que esta decisão é muito mais da mulher do que do homem. Podem me criticar o quanto quiserem, mas nada tira da minha cabeça que é a mulher que decide quando acha que não vai morrer se tiver a responsabilidade de criar um outro serzinho. Os maridos acabam indo na onda. Claro que existem as exceções e sei que há casais que funcionam ao inverso, mas não é deles que estou falando.

Desta forma, resolvemos que, mesmo receosos pela novidade, iríamos enfrentar o desafio. E assim foi. Começamos as tentativas e no primeiro mês já acertamos o alvo. Fiz o exame e o resultado foi o seguinte: 7 %&# e em baixo dizia que mais de 5 %&# significava positivo para gravidez. Pulei de alegria! Fiquei boba. Liguei para a médica que me pediu cautela, mas na minha cabeça não cabia cautela naquele instante. Poucos dias após abortei espontaneamente. Sofri horrores e aprendi a primeira lição: gravidez é fragilidade. Neste momento a médica me pede para esperar pelo menos um mês para as novas tentativas. Nessa hora o ascendente em aquário me dominou totalmente e comecei a pensar que a maternidade não era mesmo para mim, que eu devia desistir dessa história de querer ser mãe. Fiquei muito triste e já sabendo que se começar a demorar perco o ânimo, nem ouvi a médica.

Nova tentativa e novo acerto, agora com resultado 437. Nem precisei pedir pro tico e o teco se entenderem para chegar à brilhante conclusão que agora o resultado era bastante robusto e que não havia sombra de dúvidas sobre a gravidez. Desde o dia que engravidei até o parto tive um medinho que não deu um dia de folga.

Nem bem tinha me acostumado com o fato de ser mãe e já prevendo novamente que a demora me faz desistir engravidei quando a pequena tinha apenas 10 meses. Não me arrependo. Foi cansativo, estressante, esgotante; mas ao mesmo tempo me senti a pessoa mais realizada do mundo: eu construí minha família.

Hoje olho para as fotos, filmagens, brinquedos no chão da sala, marca de mão suja de chocolate na cadeira branca da mesa de jantar, chupeta dentro da minha bolsa, o porta-jóias que a Nina fez para me dar de dia das mães e vejo que de certa forma planejei e construí uma família linda e feliz!

5 comentários:

Anônimo disse...

Eu sempre quis ser mãe, não me recordo de nenhum momento que eu não tenha desejado ser mãe, mas em todas esse momentos que desejei a maternidade eu sonhava com um marido mais 4 filhos, uma casa grande cheia de crianças pisando no meu sofá branco, correndo pela casa, um cachorro e um gato. O que aconteceu comigo não nada do que sonhei, aos 21 anos me vi grávida, sem planejar, de um homem que nunca pensei em me casar e que nossa relação já estava no fim. Assim que peguei o resultado da gravidez contei a ele e terminei de vez o namoro que já estava terminado só ele não enxergava isso. Mas sempre deixei claro que o relacionamento entre eu e ele havia terminado, mas entre nós (eu, ele e o bebe que até então não sabia o sexo tinha que continuar) Mas é uma pena mães amam os filhos, os pais amam as mães (isso é quando amam ne). Se termina o "amor" pela mãe, termina o amor pelo filho. A gente tem mania de achar que o mesmo amor que a gente tem por nossos filhos, os pais também tem que ter. Infelizmente não é assim. Homens amam diferente. E os homens modernos, que nós criamos, não se responsabilizam mais pelos filhos, porque sabem que nós fazemos isso por eles.
No começo foi difícil, nos primeiros três meses eu tirei pra me adaptar a nova condição, de mãe solteira e mesmo minha filha não tendo sido planejada ela vem de uma gestação que ela foi muito, mas muito querida e esperada.
E pode ter certeza que eu passaria por tudo novamente porque minha vida mudou muito e mudou pra melhor! mesmo sem o marido, sem os 4 filhos e sem a casa enorme cheia de crianças.
A Gabriella somente a Gabriella me completou de uma forma que eu me sinto tola por pensar que antes dela eu achava que era feliz. Feliz sou agora!!

FABIANE disse...

Nosso baby foi meio planejado..na verdade eu só parei de tomar remédio e deixei para ver se ele vinha..e não vinha, quando eu resolvi que iria voltar a tomar remédio, ele veio..Nossa como fiquei feliz com a noticia!! Cada momento da gravidez era uma felicidade, tava adorando estar grávida. E qdo ele nasceu foi o momento mais feliz da minha vida, e adorooooo ser mãe do Gabriel, cada dia é uma novidade, uma gracinha nova,..Enfim..adorooooo ser mãe do meu pimpolho!!

Data Especial (www.dataespecial.com.br) disse...

Eu queria ter feito um intervalo curtissimo assim.. Mas a gente MUDA DE CASA o tempo todo.. e fazer mudança gravida de novo, nem pensar!
Então estava esperando a vida estabilizar novamente...
Agora que estabilizou, vou partir pro ataque Até o final do ano, quem sabe, uma boa noticia por aqui!

Beijos
Jo

Gisele Tridapalli disse...

Fê!
Gostei muito do post!
Até porque acompanhei quase tudo virtualmente né? Lembro quando soube da tua gravidez, lia o blog sempre. E veio a dona Catarina... Mais um tempinho, e veio a Ciça...
Meu pequeno vai fazer 2 anos, e fico pensando se devo ter outro agora. Sei a tua opinião, lembro bem do papo à beira da piscina na casa da Patty.
Vou viajar agora em outubro, de repente quando eu voltar me animo...
Beeeeijo!

Liliane Nastri disse...

Oi ...Fê (se é que posso chamar assim...) sou sua fã..adoro ler seus blogs,das suas meninas..me inspira muito pois esetou tentando engravidar...Ádorei seu post...escreve mais pra gente tá..Bjos