Ali mesmo na loja, em frente a todos, o garoto ia exigindo de sua mãe uma quantidade sobeja de brinquedos, algo sem limites. A mãe, uma jovem de uns 19 anos no máximo, surpreendentemente comprou todos para o moleque, alegando diante do olhar abismado da caixa, que creio nunca ter vendido tanto brinquedo para uma só criança, - vou comprá-los, do contrário ele se põe aos prantos!
Fiquei surpresa, e confesso preocupada, com a atitude pusilânime da mãe frente aos desmandos do garoto. Depreendi da lamentável cena, que dias difíceis virão se os pais não estiverem cônscios de sua responsabilidade na educação, na formação de seus filhos.
Hoje, a criança recebe uma overdose de brinquedos, e no futuro do que será a overdose? Quais os sistemas de compensação que irão satisfazer os jovens, quais as mamadeiras psicológicas das quais irão matar a sua sede?
Os limites são essências na infância, falo não dos limites castradores, que comprometem o potencial da criança, que prejudicam sua auto-estima, mas do limites saudáveis, aqueles relacionados aos bons modos, a educação.
Percebo uma geração de pais confusos, apáticos em relação à educação dos seus filhos, vá lá, educar da trabalho!!!
Os pais de hoje são deveras ocupados, uns ocupados em manter padrões sociais escravizadores, outros preocupados em se convencer que um filho não é algo tão sério assim.
Investir na educação dos filhos é, sem dúvida, o melhor empreendimento que se pode fazer, do contrário não os tenham, os filhos.
A sociedade agradece!!!
Cassiane Schmidt
Publicado no Recanto das Letras em 01/04/2008
Código do texto: T925817
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