sábado, 19 de julho de 2008

Meus primeiros dias de mãe.

Sim, foi a melhor experiência da minha vida. Digo, repito, repito de novo e quantas vezes for necessário. Ser mãe é bom demais.
A família (do meu marido, que é a que mora na mesma cidade que a gente) ficou horrorizada. Proibi TODO MUNDO de aparecer em 15 dias na minha casa. Proibi sim. E eles não gostaram não. Até hoje não vão muito lá em casa e acredito que tenha sido um pouco por isso.
Mas eu pensei muito antes de tomar esta decisão. Imagina. Eu, recém-parida, de peitos pra fora e tendo que fazer sala???? Deus me livre.
Minha sogra não resistiu e foi assim mesmo. Acho que uns 3 dias depois. E os outros "entenderam" e respeitaram.

Lembro muito bem da minha felicidade ao ter a noção exata que agora éramos três naquela casa. Eu ficava horas olhando para a Catarina dormir e quando ela acordava eu logo perguntava a ela:

- É você? É você mesma? É você que é a Catarina que estava dentro da minha barriga.

Gente, pode até parecer loucura, mas eu passei uns 4 meses questionando a pequena.
Ela fazia me olhar docemente e fazer a reclamação do momento (cocô ou xixi ou a maldita fome).



Lembro que no primeiro dia, ao chegar em casa, começou a sair um líquido parecendo sangue da perereca da Nina. DESESPEREI! Pronto, nem um dia de nascida e já menstrua!!!! Liguei para o médico que me disse que era normal.

Ok! Fiquei tranquila.

Mas um dia e os peitos da menina começaram a crescer. Sério! Igual a gente na adolescência. DESESPEREI novamente. Liguei para o médico que me disse que era normal, que eram os hormônios. Só não podia apertar ou coisa do tipo. Imagina se eu ía expremer os peitinhos da menina!!!

Lembro também dos banhos na tummy tub. Foram maravilhosos. Pegar aquele corpinho tão pequeno nas mãos e dar banho. Minhas costas que até hoje reclamam que dei muita atenção nesta parte. Mas tudo vale à pena quando a alma não é pequena, como diria nosso amigo Fenandinho Pessoa.




O início da rotina também foi uma parte bem interessante. Quando mamar, quando dar banho, quando colocar pra dormir, quando não deixar dormir muito. A gente fica cheia de dúvidas, é normal. Para isso, a super virginiana aqui arrumou uma super mega tabela (alguém já leu algo parecido, né?). Tinham todas as anotações de tudo que acontecia na vida da pequena. Isso sem falar no blog dela (http://www.catarina.blogger.com.br/) no qual anotava tudo que achava interessante.
A super tabela durou uns 3 meses. O médico me desaconselhou. Disse que ela me fazia ficar mais anciosa, pois se num dia ela mamou 70 ml e se no dia seguinte na mesma hora ela tivesse mamado só 50 ml eu já achava que algo estava errado. E o errado era eu achar que minha filha é uma ciência exata onde posso anotar todas as experiência e posso deduzir as próximas.
Mas a gente aprende. eu aprendi e você (caso ainda não seja mãe e não tenha passado por isso) vai aprender
Agora, anotar o peito que foi dado é muito válido. Se não, depois vc fica com um grandão e o outro pequeno. Essa parte era hilária! Me divertia muito com essa deficiência momentânea que ocorria.

Não tive ajuda de NINGUÉM, mesmo porque acho que eu mesma expulsei todos. Mas eu queria fazer tudo sozinha mesmo. Queria sentir minha pequena só minha. O papai babão ficou mais de 1 mês dentro de casa conosco. Ajudava principalmente com o banho (quando era no chuveiro era ele, quando era na tummy tub era eu). Ele ficava jogando kinuca enquanto eu dava de mamar. Desenvolvemos um assovio para podermos nos comunicar facilmente sem muito barulho e ele dura até hoje. Pois, muitas vezes eu tinha que chamá-lo para me dar um copo de água ou me ajudar com o meu nariz sangrando. É, meu nariz adorava sangrar quando eu dava de mamar. Se alguém estiver lendo e souber a relação me informe.

Com essa decisão de proibir visitar pensei muito também que Catarina deveria estar o mais tranquila possível para que nossa relação pudesse ser melhor aproveitada. E não me arrependo em nada dessas decisões que tomei.



Tanto que na Cecília foi a mesma coisa. É PROIBIDO ME VISITAR DENTRO DE 15 DIAS!
O que eu mais adorava era ver o papai babão atender o telefone, dar as notícias e pedir apra não aparecer.

Com Cecília os primeiros dias foram os maos cansativos e os mais prazerosos da minha vida.
Caí na besteira de tirar a Catarina da creche, já que eu ía ficar em casa queria ela também junto da gente. Não me arrependo, mas poderia ter pensado um pouco mais.
Ou seja, fiquei com as duas em casa sozinha. Lembro bem que a minha mepregada na época havia nos abandonado. Foi quase o caos. Só não foi mais porque eu estava muito feliz.
O papai babão dessa vez não foi tão prestativo e resolver arrumar muito trabalho fora de casa.
Eu consegui a façanha de passar 72 dias sem dormir praticamente. Eu não estou exagerando. Neste período, dormia no máximo 2 a 3 horas por dia. Para alguém que gostaria de amamentar é impossível. Comer? Nem lembro de quanto em quanto tempo eu fazia isso.




Era realmente engraçado.
Acordava, já ía trocar fraldas e dar o peito. Ficava lá na escravidão branca, imobilizada por quase 1 hora, e tinha que dar conta de manter a atenção da Catarina perto de mim, pois estávamos sós. Depois era hora de arrumar o café da manhã da Catarina. Em seguida era a hora do banho da Cecília. Levava a Catarina sempre junto de mim pela casa. Depois a Cecília dormia e era a vez da Catarina tomar banho. Nisso eu já tinha que estar preparando almoço para a Catarina. A Cecília provavelmente já estava acordando e lá ía querer o maledeto do peito novamente. Tentava dar o almoço para Catarina logo, antes que a outra acordasse. Quando conseguia era ótimo, quando não era um terror.
Depois, colocava a Catarina para dormir e a Cecília ficava acordada nesse período. Quando a Catarina acordava a outra dormia. E assim ía correndo o dia. Quando eu olhava no relógio já eram umas 22hs e eu nem café da manhã havia tomado. Não tem ser humano que aguente! Imagine ainda por cima ter que produzir leite!
Aí, lá pelas 22hs as duas estavam dormindo (a Cecília ainda acordaria para mais umas 2 ou 3 mamadas) e eu sabia que teria 1 hora livre.
Pensava:
- O que eu faço? Como alguma coisa? Faço cocô? Escovo o dente? Tomo banho? Deito?



Juro por Deus que no final tudo deu certo e não me arrependo em nada. Me sinto mais mulher, mais mãe e mais filha de Deus por isso.
Estou fazendo a minha parte!

3 comentários:

Isabelle disse...

Oi!
Eu também proibi visitas pelos primeiros 15 dias e foi uma coisa! Tem gente me olhando torto até hoje!
Parabéns pelas suas filhas! Não deve ser fácil cuidar de duas ao mesmo tempo!
Beijinhos!!

Anônimo disse...

Oi Fernanda, ao ler o Post bateu uma sessão nostalgia e lembrei-me do Renan recém-nascido. a rotina diária é uma loucura um misto de prazer, alegria e toral falta de tempo, há uma simbiose entre nós e o bebê, porém a nossa identidade fica esquecida. Falta tempo pra tomar banho para cuidar dos cabelos, unhas e etc. Ficamos totalmente a disposição dos filhotes. É ao mesmo tempo muito bom e muito louco! No início tb, não queria visitas sobretudo dos parentes,mas fica quase imposível se vc tem parentes que são visinhos, e a toda hora eu deparava com o meu espaço invadido. Total falta de privacidade. Porém na hora que o bicho pegava eu não podia contar com ninquém.
Gostei muito desse cantinho voltarei aqui mais vezes! Bjs. E boa semana.

Anônimo disse...

Adorei a história de proibir as visitas! Na verdade me senti tranquilizada em saber que não sou só eu que quero preservar meus momentos a três e tentar acertar fazendo do meu jeito tudo que tiver que fazer para o meu filhote! Tu é minha ídola!!! hahahahah
bjs
Dona Pimenta