sexta-feira, 18 de março de 2011

MÃE ADRIANA

Olá meninas,

Meu nome é Adriana, tenho 36 anos, casada há 8 anos com o Hélio (marido maravilhoso), mãe de uma filha linda chamada Giovanna, com 4 anos e 9 meses (razão da minha vida).

Sou advogada, porém não exerço mais a profissão, hoje em dia fiz de um Hobbie a minha profissão, depois de uma busca enorme eu me encontrei como confeiteira (faço doces, bolos e tortas), pois é, deixo a vida das pessoas mais "doce".

Adooooooro ser mãe! A minha gravidez foi muito tranqüila, me realizei com aquele barrigão (eu acho lindo mulher grávida, sempre achei, acho que a mulher fica sublime, especial, abençoada).


Com o nascimento da minha filha descobri que precisaria ser mãe e guerreira. Minha filha nasceu com fenda palatina posterior (fissura no céu da boca) e descobri que não poderia amamentar, pois ela tinha dificuldade na sucção.


A minha primeira reação foi querer saber do médico o que eu poderia ter feito de errado na gestação para que pudesse ter acontecido isso, ele me explicou que isso era um "problema" genético e me informou que o Hospital - Centrinho em Bauru, era o centro de referência no assunto, isso foi só o começo, as primeiras horas na maternidade.


Na primeira tentativa de mamada, a minha filha aspirou o leite e foi levada pra UTI de emergência, foi a pior sofrimento da minha vida! Enfim, ela precisou ficar na UTI por 10 dias por conta do tratamento (antibiótico), tive que sair da maternidade sem ela (não desejo isso a ninguém), no meio do nosso desespero, eu, meu marido e familiares nos unimos para darmos força uns para os outros, meu marido foi muito importante pra mim, não me deixava cair. Íamos todos os dias e ficávamos horas na UTI, dando carinho e amor pra nossa pequena, o engraçado é que eu sentia tanta força nela, parecia até que as vezes ela me confortava, eu tinha certeza que o seu anjo da guarda (enorme) estava sempre lhe cuidando!


Descobri que Deus não dá pra nós um fardo maior do que o que podemos carregar! O nosso fardo não é maior que a nossa força! E no décimo dia eu fui confiante para o hospital, com a certeza que ela iria embora com agente e graças à Deus ela foi liberada.


Aí começamos uma nova vida, o instinto materno foi o responsável por todo o zelo que eu precisava ter com ela, a coisa era tão natural, por que o amor também é tão grande que eu costumo dizer que ser mãe é uma sensação indescritível, porque eu nunca tinha experimentado um amor tão grande, tão diferente dos outros, tão especial e profundo.


Com um mês e dois dias fomos na nossa primeira visita ao Centrinho em Bauru (confesso que tinha minhas reservas por ser do SUS), mas eu estava redondamente enganada, o Centrinho é uma coisa fora do comum, vem gente do país inteiro tratar com eles, eles atendem a criança de forma multidisciplinar, passei por uma equipe de médicos (que avaliaram o caso e encaminharam para outros especialistas), as fonos são maravilhosas, o atendimento é muito humano e responsável. Foi muito bom, por que eu vi tantos casos infinitamente mais difíceis que o dela, que me deu uma renovada, a minha frase pra todos depois ao sair dali foi: "a minha filha não tem nada" só um problema físico, sem maiores conseqüências, que com uma cirurgia se resolveria.


Saímos de lá com data da cirurgia marcada, para quando ela tivesse 1 ano e 2 meses. Foi uma fase de cuidados, ela tinha dificuldade com a mamadeira e nós precisávamos controlar o ganho de peso, (ela só poderia fazer a cirurgia com um peso certo e sem qualquer gripe ou febre). Foi muito complicado ela conseguir mamar na mamadeira, por causa dos bicos muito estreitos, fomos auxiliados por uma fono que ajudou no processo, mas a grande responsável pelo desenvolvimento da minha filha foi a minha mãe (depois eu conto a história dela com a minha irmã - que também precisou ser muito guerreira) que resolveu fazer um furo na mamadeira da Gi e a partir daí ela se tornou outra criança, conseguia mamar tudo, ficou feliz e satisfeita.


O único problema (fica o alerta para as mães que possam passar por isso), é que eventualmente o leite ou a papinha volta pelo nariz, quando a criança espirra na hora de mamar ou comer, nessa hora o certo é manter a calma e limpar o nariz com um cotonete e depois usar o soro fisiológico líquido, para limpar a narina. Isso assusta nas primeiras vezes, depois você se acostuma e a vida segue... (Deus sempre nos dá força).


Enfim, na data marcada fomos para o Centrinho e ela estava super saudável, a cirurgia foi um sucesso, eu precisei passar a noite no hospital com ela (nunca imaginei que pudesse ser tão forte, tão capaz), foi muito sofrido, passei a noite com a Gi e mais 11 mães com seus bebês em um quarto enorme, todas ao lado dos berçinhos, todos operados naquele dia. Fizemos amizades, trocamos e-mails, demos força uma para as outras, e assim passamos aquela noite tão longa... no outro dia ela teve alta.


Depois desse dia e da recuperação de um mês em casa, era vida normal. A Gi com 1 ano e meio começou a ir pra escolinha da minha sogra e eu fiquei feliz com a nova fase e ao mesmo tempo perdida, fiquei um ano e meio só cuidando dela, não sabia o que fazer, resolvi fazer cursinho para concurso jurídico, estudei por um ano e me dei conta que não era isso que me realizaria.


O doce apareceu na minha vida por acaso, eu sempre gostei de fazer doces e bolos (aos 12 anos fiz meu primeiro bolo), mas nunca me passou pela cabeça trabalhar com isso, até que um dia uma torta de nozes mudou minha vida, fiz esse doce para levar na minha sogra, minha cunhada gostou tanto que pediu para eu vender para as tias da escolinha, como gosto de tudo bem feitinho, me empolguei e já levei a torta nas embalagens descartáveis, o sucesso foi tanto que precisei fazer mais duas tortas por que não deu pra quem quis.


Comecei a vender na escola duas vezes por semana, comecei a pegar novas encomendas e a fazer cursos de confeitaria e também de empreendedorismo no Sebrae, começava uma nova fase cheia de entusiasmo.


Resumindo, hoje sou uma pessoa muito melhor que antes, agradeço as dificuldades que eu passei, me fizeram crescer, tenho vontade de ter outro filho, o meu marido fica um pouco receoso pelo que nós passamos, demorou para eu convencê-lo a tentar, mas eu consegui de certa forma, não tenho medo de passar tudo o que eu passei de novo, é lógico que eu prefiro que seja diferente, tudo dentro da normalidade, mas se não for vou saber o que fazer, ou melhor nós saberemos, por que a força que tiramos do amor é grande demais.


Ainda não aconteceu, mas Deus sabe o que faz! Estou construindo uma cozinha para atender as encomendas, não consigo mais fazer em casa. O nome é Dri Dolcci, quando a cozinha e o site estiverem prontos vocês estarão convidadas a conhecer.


OBS: O apoio dos familiares foi extremamente importante e dos amigos também, não é Ângela? (minha grande amiga, de coração!)


Beijos,


Adriana

4 comentários:

Angela disse...

A Adriana é aquele tipo de amiga que quando encontramos sabemos que é pra sempre! Somos amigas de barriga... Digo isso porque nos conhecemos quando estávamos grávidas! Fazem seis anos que ela entrou na minha vida pra nunca mais sair. Já deu pra ver como é guerreira né? Além disso é uma mulher maravilhosa, doce, gentil, carinhosa, amiga... Enfim, minha grande amiga do coração! Muito bem vinda ao papo de mãe querida!

Beijo enorme,

Unknown disse...

A Adriana uma é uma pessoa muito especial uma grande mãe e claro tem uma família linda.

Eu adorei a essa História com final feliz. Acredito que Deus vê e as coisas muito a nossa frente e sendo Deus "Amor" ele abençoa famílias que servem de grande exemplo. Um grande Abraço Adriana e família.

Jo disse...

Vim lendo o blog pelos posts mais antigos, e passei pelas suas fotos antes de ler o seu texto.... confesso: me ganhou na foto da pequena vestida de joaninha! rsss

Depois quando li sua história.... me emocionei... Meu primeiro filho passou por uma cirurgia de emergencia ocm 45 dias (quem quiser ler a historia, esta postada aqui :: http://especialsermae.blogspot.com/2008/11/o-dia-que-joo-foi-operado-de-emergncia.html)

Eu sei, como eh dificil passar por algo que não estavamos esperando... e como temos que ser forte, quando ainda nem nos acostumamos com a nova realidade.... mas como vc disse... nao ganhamos um fardo maior do que podemos carregar... e o importante mesmo é olhar pra frente, ter força, e fazer o que "tem que ser feito".... parece bobo... parece simples... mas a verdade é que "ficar paralisada" é a primeira reação dos fracos!!!

Parabens pela sua história! Pela vitória e final feliz!!!

Prazer em conhecer você!

beijos
JO

Unknown disse...

Amiga! Que linda história! E que linda é a sua filhinha!
Parabéns pela força e pela doçura com que você tem vivido a sua vida!
Felicidades e saúde!!
Beijo grande pra vocês!